terça-feira, 5 de outubro de 2010

Nós nunca sabemos o valor de um amor até o perde-lo

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Olhei pro espelho me senti tão velho, fui até o mercado da esquina comprei cigarros e um miojo, coloquei o miojo no fogo e sentei na sala liguei o rádio passava uma daquelas músicas eletronicas que te deixam inquieto. Olhei pro teto precisando de uma mão de tinta urgente, pensei esse era o tipo de detalhe que você costumava tomar conta, olhei o fogão pensei, você jamais me deixaria comer miojo numa quarta feira de tarde você resmungaria e iria para a cozinha preparar um lanche para nós.
Comi o miojo subi até o quarto, olhei pra cama e lembrei de você e como você costumava ficar linda enquanto dormia iluminada pela luz do abajur, fui tomar banho lembrei das tantas vezes que ficamos horas debaixo do chuveiro fazendo amor. Lembrei de como nós brigavamos o tempo todo e de como nossas reconciliações eram deliciosas, mas agora.
Mas agora você não está aqui e nem vai voltar, e talvez o que mais me dói é saber que fui eu que te mandei embora por um simples medo de amar alguém tão cedo. Agora você está do outro lado da cidade com seu marido e filho e eu aqui apenas um homem sem família, com memórias à serem construídas, com memórias a serem esquecidas e relembradas.
Talvez agora nós poderiamos estar no parque de diversão com nosso filho tirando algumas fotografias. Mas isso não vai mais acontecer, não dessa vez

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