quarta-feira, 29 de outubro de 2008

imagens vazias

quarta-feira, 29 de outubro de 2008























Olho no espelho para não me ferir, olho para dentro do espelho procurando ver o reflexo da minha alma, como se existisse um mundo paralelo onde exista vida e não sobrevivência,
aquela que se mostra com sorriso diante de uma pose no espelho guarda dentro de si um espelho onde reflete o que se passa por dentro dela, onde as lágrimas são companheira da solidão, onde o silêncio é a unica música que encanta o sono do reflexo daquela de quem está diante.
Apenas parada perdida no tempo, sabendo que já passa da meia noite, então em um ato desesperado ela quebra o espelho, caindo junto aos cacos lágrimas de sangue, pela dor do corte do maldito reflexo de infelicidade, refletida no sorriso mais doloroso já me imposto.
Os pedaços de vidro são muito grandes para
querer esconder em baixo do tapete, assim como já é grande demais minha frustação de ante dos fatos para fingir que nada está acontecendo, grande demais como um amor que que acaba junto com a foto queimanda grande demais como memórias, que foram apagadas a pedido da dor.
Mas esses mesmo pedaços são pequenos demais para querer refletir a verdadeira face, maquiada para não mostrar o desgaste do tempo, pequeno demais para querer que volte a ser como a dois minutos atrás, pequeno demais para refletir o que não sei explicar, pequeno demais para um amor que superou a morte, pequeno demais para colocar os sonhos.
Então eu varri, guardei tudo em uma caixa, não joguei no lixo, não mais abri a caixa depois de fechada, não mais comprei espelhos, não mais tive reflexos.
Ó olhos sem brilho, tu tens sido a escuridão que cercou meus dias, tu tens te tornado responsavel por aquilo que cativas , tu tens sido a caixa que não quis mais abrir, pra não mais lembrar que que não há reflexos sem a mascára que cobre a nossa alma diante de um espelho que revela o lado extreno, onde o espelho do meu interno continua intacto quebrado na caixa, onde eu não tenho coragem de abrir.
E os machucados, que sangravam na minha mão já não sangram mais como antes, aprendi a me livrar da dor ao escrever coisas sem sentidos, mas a s cicatrizes ainda estão lá pra me lembrar,
que existe um mundo com vida do outro lado, e nesse maldito mundo em que vivo fico apreciando a sobrevência, ao som ensurdecedor do vento de outono, onde as folhas perderam sua cor, onde as árvores morreram.
Sem reflexo, sem falsos reflexos.

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